Pequena empresa continua vulnerável, aponta estudo
Pouco mais de dois anos após a entrada em vigor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que estabeleceu políticas e um novo regime tributário para os pequenos negócios, as micro e pequenas empresas (MPEs) continuam com dificuldade de crescimento e mais vulneráveis às oscilações do mercado do que outros segmentos. A constatação é da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), que elaborou uma radiografia inédita sobre os principais entraves enfrentados por essas companhias do País, segundo a Gazeta Mercantil.
Segundo o estudo, a prova da dificuldade das MPEs em se desenvolver está nos dados sobre mortalidade empresarial. A última pesquisa do Sebrae, de 2008, mostra que 27% delas encerram as atividades no primeiro ano de constituição. No sexto ano de vida, o porcentual é de 64%. "Muito do que a Lei Geral trouxe ainda está no plano das intenções", constata a economista Kelly Carvalho, que coordenou o trabalho da Fecomércio. Um exemplo, segundo ela, é o dispositivo que determina a facilitação do acesso ao crédito pelas pequenas empresas. "Na prática, as MPEs continuam sem conseguir ter acesso a financiamentos, principalmente por causa da exigência de garantias."
A fragilidade das MPEs, aponta o estudo, também ocorre por responsabilidade dos empresários. A falta de planejamento prévio, motivo apontado por 15% das empresas que fecham as portas, é apenas um dos problemas. O desenvolvimento dos pequenos negócios também é afetado por ausência de conhecimento do setor, problemas pessoais do empreendedor e baixa capacitação de funcionários. "Em geral, empresas menores nascem com empolgação, mas sem planejamento", diz o estudo.
Proposta
Além de apresentar os pontos fracos, o estudo do Fecomércio também apontou possíveis soluções. Uma das mais ambiciosas (que será enviada a governantes e à Receita) é a que propõe carência no pagamento de tributos no primeiro ano de vida das empresas optantes do Supersimples. Segundo o projeto, nos primeiros seis meses de atividade, as MPEs teriam isenção total de tributos, seguidos de seis meses de isenção parcial, de 50%. "A medida daria fôlego para a empresa se constituir e colocar sua marca no mercado", diz Kelly.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios